“Ah, se eu pudesse, teria te prendido no meu coração para sempre! Mas aprendi que “sempre” é muito tempo
e que o “sempre, sempre acaba”. E que eu não poderia ter invadido o seu livre arbítrio e seu poder de
decisão fazendo isso.
Quando você decidiu partir, certamente teve os seus motivos. Foi a vida que mudou, os dias que ficaram corridos, nossas ideias que não batiam mais, novas ideologias, outros amigos. Já me disseram que, se você foi, deve ser porque não fazia muita questão de ficar, então eu não deveria ligar. E, quer saber? Em um primeiro momento, aquele momento onde fui invadida por um sentimento de abandono seguido pela raiva, isso me confortou.
Mas, passado o tempo (este que dizem apagar algumas coisas), a raiva deu lugar para a autopunição,
e me peguei, inúmeras e inúmeras vezes, buscando entender onde errei e se eu conseguiria te-lo de volta. E tornaram a me dizer “não se culpe, talvez a culpa não seja sua ou nem exista um culpado”, mas o meu desejo de te-lo ao meu lado, como era antes, não aceitou nenhuma dessas palavras, e segui buscando a culpada que sou, a culpa em mim.
Quantas vezes não passou pela minha cabela te procurar, quantas histórias não criei na minha mente de uma conversa sincera, deixar sair tudo o que doeu, ouvir tudo o que fiz doer. E que nossos dias poderiam ser iguais novamente. Incrível como nessas historinhas da nossa mente tudo parece tão fácil e bonito, não é?
É claro que meu medo e orgulho não me permitiram chegar até você. Medo de ser rejeitada, de ter o orgulho ferido em ver que, nem sempre a abertura ou essa necessidade é a mesma de ambos os lados.
Queria tanto poder te perguntar onde errei, poder concertar… Mas, e se foi apenas o que tinha que ser? E, se foi só isso, porque o aperto no meu peito não passa?? Porque meu olho enche de lágrimas toda vez que me lembro que não posso ligar para dar feliz aniversário? Que não posso pedir um conselho, desabafar e devanear sobre a vida. Que não estou participando de momentos importantes na sua existência, momentos estes que sempre achei que faria parte, eu e minhas histórias. Nossas conversas costumavam ser tão boas, agora nem existem ou se tornaram “clichês”, limitadas as felicitações facebookianas, automáticas, robóticas…
Sabe, de uma coisa você pode ter certeza, eu ainda te amo! Sim, eu amo! “Não perca tempo amando quem não te corresponde”, dizem. Mas, o amor é meu e posso doa-lo a quem eu quiser, certo?? É um amor doído, que infelizmente esperava e ainda espera retribuição. Mas ele não acabou. Lembra aquele tempo em que você sabia que podia contar comigo? Que você não tinha dúvidas em me ligar de madrugada, em me pedir carona, dinheiro, conselhos, abraços, risadas, porres, carinho? Então, este tempo ainda é presente em mim e, atropelaria meu orgulho e qualquer um desses “faladores” (não faz isso, ele não vai retribuir, você vai se magoar de novo, etc) e faria tudo de novo!! Sem nem pensar duas vezes!!!
Será que é tão errado esperar que as coisas possam ser simples? Que as magoas possam passar com uma conversa de peito aberto? E que possamos ser apenas o que sempre fomos?
Certa vez me disseram “nossa, os anos passam e você parece ter a mesma essência”, e eu não vejo porque amadurecer deve significar deixar de ser quem eu sou. A vida ensinou-me muita coisa e nem sempre com
muita delicadeza, mas apesar de tudo, meu espirito não precisa ser afetado, sim a essência é a mesma. Foi
isso que te fez partir? Meu amigo, me perdoe por querer e ter essa necessidade tão grande em ser amada,
aceita e reconhecida, mas também já aprendi que isso é natural do ser humano e, não é nada além do que sou, apenas ser humano.
Termino esta carta desejando que você seja imensamente feliz, mas muito mesmo! Que todos aqueles planos que você dividia comigo se tornem reais e ainda melhores do que você pensou. Que a vida possa lhe agraciar com dias cada vez melhores! Enquanto a mim, não se preocupe, haverão dias onde a saudade irá rasgar meu peito de ponta a ponta e me deixará completamente desnorteada, descrente e perdida, mas nos outros dias também estarei vivendo a minha vida da melhor maneira possível, conhecendo novas pessoas, me doando à elas e dividindo esse enorme amor que tenho dentro de mim. Mas olha, se você puder me fazer um favor…o último??
Jamais esqueça de que eu sinto MUITO sua falta e que você faz parte da minha história e do meu coração. Amo você como sempre e isso não se apaga.
Com amor,
Uma amiga”
Puts, chorei! Você conseguiu descrever exatamente o que eu sinto sobre algumas pessoas, Gigi.
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Essa nossa vida né…
Beijo!
:* bjocas. Como dizem uns se vão pra que outros possam vir.. Lembre-se disso
Preciso me desapegar… as vezes é um desafio…
Beijo!
Que texto lindo Gi!!
Acho que situações assim acontecem com todo mundo…e é triste ver uma amizade se findar…
É sim, muito triste para mim Ju, me faz uma falta tremenda. Mas passa… tudo passa né.
Beijo!
Me emocionei! Esse sentimento de perda e saudade dói muito
Beijos!
Sociedade do Esmalte
Dói sim… mas, como tudo na vida, passa.
Beijo!! =)